Como minimizar os problemas com enchentes na Região do ABC, em especial em Santo André-SP.
O desenvolvimento das cidades sempre ocorreu em função da existência de rios e córregos. Com Santo André isso não foi diferente.
Não devemos esquecer que o Rio Tamanduateí é o principal afluente do Rio Tietê que por sua vez é considerado como o principal afluente do Rio Paraná.
A topografia da nossa região é constituída por muitas declividades em sua topografia visto que estamos na parte alta da Serra do Mar e com grande quantidade de nascentes.
Isso acabou por propiciar a existência de muitos córregos e ribeirões que fazem parte também da bacia hidrográfica do Rio Tamanduateí como veremos a seguir em seus 43 afluentes:
Rio Tamanduateí e seus Afluentes (sendo 18 em Mauá, 17 em S. André, 4 em S. Paulo, 2 em S. B, do Campo e 2 em S. C. do Sul).
TEM UMA BACIA DE 320 KM² DE CONTRIBUIÇÃO.
TEM UMA BACIA DE 320 KM² DE CONTRIBUIÇÃO.
-Água Grande, córrego - Nasce no bairro Camilópolis e deságua no córrego Jundiai, que deságua do Tamanduateí, em Santo André.
-André Ramalho, córrego - Nasce no bairro Curuçá e deságua no Tamanduateí, em Santo André.
-Anhangabaú, córrego - Nasce no centro de São Paulo, na região de Cerqueira César, nas proximidades da Av. Paulista, corre canalizado sob a Av. 9 de Julho e o vale do mesmo nome e deságua no Tamanduateí, próximo à Av. Cruzeiro do Sul, em São Paulo.
-Apiai, córrego - Nasce no Jardim do Estádio, em Santo André.
-Bahamas, córrego - Nasce no Jardim das Maravilhas, em Santo André e deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Barracão de Cedro, córrego - Nasce no Jardim Ipê, em Mauá e deságua no Tamanduatei.
-Beraldo, córrego do - Nasce no bairro Campestre, em Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Bocaina, córrego da - Nasce no jardim Itapark, em Mauá e deságua no Tamanduateí.
-Boqueirão, córrego - Nasce na vila Moraes, em São Paulo, deságua no córrego Moinho Velho que percorre o canteiro central da Av. das Juntas Provisórias, no Ipiranga e deságua no Tamanduateí.
-Capitão João, córrego - Nasce no Jardim Pilar, em Mauá e deságua no Tamanduatei.
-Carapetuba, córrego - Nasce na vila Assunção, dentro do Parque Central, em Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Cassaqüera, córrego - Nasce no condomínio Maracanã, em Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Cemitério, córrego do - Nasce na vila Valparaiso, atravessa o Paço Municipal de Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Comprido, córrego - Nasce no alto da vila Curuçá, em Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Corumbé, córrego - Nasce na vila Nova Mauá, em Mauá e deságua no Tamanduateí.
-Divisa, córrego da - Nasce na vila Pinheirinho, em Santo André, corre entubado, paralelo à avenida Pereira Barreto, passa sob o supermercado BIG e Shopping ABC, deságua no córrego Carapetuba, que deságua no Tamanduateí.
-Feital, córrego - Nasce na vila Lisboa, em Mauá, deságua no córrego Todos os Santos, que deságua no Tamanduateí.
-Guaixaya, córrego - Nasce no Parque Capuava, em Santo André, próximo ao Pólo Petroquímico, corre canalizado até a Cooperhodia, sob a avenida das Nações e a partir daí corre canalizado à céu aberto, desaguando no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Guarará, córrego - Nasce na vila Suíça, em Santo André e percorre canalizado à céu aberto a Av. Guarará, passa ao lado do Estádio Bruno José Daniel, cruza canalizado sob a Av. Santos Dumont, passa canalizado à céu aberto entre a Firestone e o Carrefour e deságua no Tamanduateí. Durante vários anos abasteceu de água a piscina natural que havia no Clube Aramaçan.
-Ipiranga, riacho do - Nasce no bairro da Água Funda, em São Paulo, dentro do Parque do Estado, ao lado da rodovia dos Imigrantes e do Jardim Zoológico, percorre canalizado à céu aberto a Av. Ricardo Jafet, atravessa em frente ao Museu do Ipiranga, desaguando no Tamanduateí.
-Itrapoá, ou Trapoá, córrego - Nasce na cidade São Jorge, em Santo André, faz divisa com Mauá, deságua no córrego Cassaquera, que deságua.
-João Ramalho, córrego - Nasce no Parque João Ramalho, em Santo André, corre canalizado sob a avenida do mesmo nome, desaguando no Tamanduateí.
-Jundiaí, córrego - Nasce no Parque das Nações, em Santo André, corre canalizado a céu aberto pelo bairro Bangú, desaguando no Tamanduateí.
-Laranjeira, córrego - Nasce em Sertãozinho, Mauá, deságua no ribeirão Pedra Branca, que deságua no córrego Taboão que deságua no Tamanduateí.
-Lavapés, córrego - Nasce no Parque das Nações, em Santo André, deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Maria Quitéria, córrego - Nasce bairro Camilópolis, em Santo André, deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Meio, córrego do - Nasce no Parque Oratório em Santo André, deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Meninos, ribeirão dos - Nasce no Parque Terra Nova II, atrás da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo, corre canalizado sob o corredor do trólebus, todo o centro da cidade e a céu aberto a partir do Paço Municipal, fazendo divisa entre São Bernardo e Santo André; São Bernardo e São Caetano; São Caetano e São Paulo, desaguando no Tamanduateí, no bairro da Fundação, em São Caetano.
-Moinho, córrego do - Nasce no bairro Olímpico, em São Caetano do Sul (Conhecido no passado como córrego da Ressaca), corre canalizado sob a Av. Keneddy e deságua no Tamanduateí.
-Moinho Velho, córrego do - Nasce no bairro do Moinho Velho, em São Paulo, corre canalizado a céu aberto no eixo da Av. das Juntas Provisórias, no bairro do Ipiranga, desaguando no Tamanduateí.
-Moóca, ribeirão da - Nasce na vila União, ao lado da Av. Sapopemba, na São Paulo, percorre canalizado todo canteiro central da Av. Prof. Luis Inácio de Anhaia Melo, desaguando no Tamanduateí, próximo a favela de vila Prudente.
-Nova Zelândia, córrego - Nasce no Parque Capuava, em Santo André, deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Oratório, ribeirão - Nasce na vila Nova Mauá, em Mauá, faz divisa entre São Paulo e Mauá; e São Paulo e Santo André, desaguando no Tamanduatei.
-Pedra Branca I, ribeirão - Nasce próximo à Av. Papa João XXIII, em Mauá, deságua no córrego Taboão, que deságua no Tamanduateí.
-Pedra Branca II, córrego - Nasce no Jardim Primavera, em Mauá, deságua no córrego Taboão, que deságua no Tamanduateí.
-Pedreira, córrego - Nasce no Jardim Itaveva, em Mauá e deságua no Tamanduateí.
-Pinheirinho, córrego - Nasce no Jardim Aclimação, ao lado da Av. São Bernardo, em Santo André, deságua no córrego Guarará, que deságua no Tamanduateí.
-Serraria, córrego - Nasce na vila Carlina, em Mauá, deságua no córrego Taboão, que deságua no Tamanduateí.
-Sorocaba, córrego - Nasce no Parque João Ramalho, em Santo André e deságua no Tamanduateí.
-Staquim, córrego - Nasce no Jardim Ipê, em Mauá, deságua no córrego Corumbé, que deságua no Tamanduateí.
-Taboão, córrego - Nasce no Jardim Primavera, em Mauá e deságua no Tamanduateí.
-Taubaté, córrego - Nasce na vila Metalúrgica, em Santo André, deságua no ribeirão Oratório, que deságua no Tamanduateí.
-Todos os Santos, córrego - Nasce no Jardim Bandeirantes, em Mauá e deságua no Tamanduateí.
Obs: A maioria desses córregos encontra-se total ou parcialmente canalizados e transformados em canais coletores de esgoto.
A implantação do nosso sistema de transportes foi sempre desenvolvida ao longo de rios e córregos criando vias marginais o que acontece em todo o mundo.
A implantação da Estrada de Ferro Santos Jundiaí acabou acompanhando o alinhamento do Rio Tamanduateí desde São Paulo até Mauá seguindo em direção ao alto da Serra via Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Paranapiacaba.
Essa implantação ocorreu entre 1859 / 1867 entre projeto e construção.
Estrada de Ferro Santos-São Paulo, 1870 (foto: Marc Ferrez).
A "São Paulo Railway" foi aberta ao tráfego a 16 de fevereiro de 1867.
O nível de sua implantação acabou por ser um limitador para execução de canalizações e galerias ao longo da cidade pois todos córregos tem que obrigatoriamente, sem bombeamento passar sob os trilhos da ferrovia.
Chuvas intensas com o Rio Tamanduateí chegando quase a sua cota máxima de cheia há retorno das galerias e canalizações existentes sob a estrada de ferro.
Uma das situações mais críticas é em relação ao Córrego Carapetuba que hoje recebe as contribuições de águas de chuva de muitos bairros ao redor de suas margens.
Veja um informe dos anos 1940: Não havia, em Santo André, nem a Avenida Ramiro Colleoni nem a Rua Álvares de Azevedo neste trecho. Pelos fundos do vale onde estão hoje essas vias podia ser visto o Córrego Carapetuba, que nasce pelos lados do bairro Paraíso e deságua no Tamanduateí.
A canalização de córregos, principalmente quando efetuados em galerias aumenta muito a velocidade e dificuldade de limpeza. Esse é um dos problemas ao longo da Rua Alvares de Azevedo, chegando a passar sob prédios, literalmente construídos sobre ele.
Os paliativos que foram executados em 1998 ao longo da Rua Monte Casseros e parte da Rua Bernardino de Campos minimizaram muito pouco o problema, pois não foi possível resolver a passagem sob a estrada de ferro.
Isso acaba por causar na região dessas ruas e próximo da Estação Santo André sistemáticas situações como a de hoje.
Podemos pensar em soluções a médio prazo partindo do principal local que tem que ter intervenções, o Rio Tamanduateí.
Na foto, embora reduzida (pode ser melhor verificada no google) percebe-se a largura do Rio Tamanduateí e da turbulência das águas próximo ao pontilhão da rotatória na altura da Rua Antonio Cardoso.
Há necessidade urgente de aumentarmos a sua vazão e tentar baixar fundo do rio e aumentarmos a sua calha executando as contenções laterais e, também aumentarmos as passagens sob os pontilhões existentes que inclusive necessitam de intervenção urgente por causa de suas abaladas fundações.
A execução do Projeto Aquapolo poderia ter sido feita com parte das obras necessárias, minimizando os custos para o Município.
Pela importância da Av. dos Estados e do rio Tamanduateí o Governo do Estado tem obrigação de participar efetivamente desse projeto.
Proposta que pode ser ampliada, mas de extrema necessidade, tanto para o sistema de dreenagem como para o nosso sistema viário. Em ambos os casos é a principal intervenção na cidade.
Poderíamos, de uma forma mais audaciosa pensar em aumentar a calha nas laterais sob o próprio leito da Avenida criando um reservatório auxiliar de retenção de águas (denominado piscinão) com uma capacidade muito acima do necessário para minimizar bastante as enchentes no Vale do Tamanduateí e seus afluentes.
Paralelamente a essas intervenções que deveriam seguir depois o exemplo na direção da foz para a nascente de cada córrego e também priorizando sua importância com a participação dos municípios vizinhos como o caso do Córrego dos Meninos (São Bernardo do Campo) e do Córrego Oratório (São Paulo).
"VER NOTÍCIA ABAIXO DE JUNHO DE 2009:
"VER NOTÍCIA ABAIXO DE JUNHO DE 2009:
Córrego Oratório será canalizado
Isis Mastromano Correia * Diário do Grande ABC * 22/06/ 2009
O maior córrego da região, responsável por boa parte das enchentes que assolam Santo André, São Caetano e Mauá, será canalizado. O Córrego Oratório, de 25 quilômetros de extensão, passará por obras de drenagem a partir de novembro.
Perfil - O Córrego Oratório é um dos inúmeros afluentes do Rio Tamanduateí. As inundações provocadas pelo curso d'água deram margem à construção de dois piscinões na região e na Capital para conter a vazão nos últimos dez anos. Além dos três municípios do Grande ABC, o rio passa ainda por parte do município de São Paulo.
Um dos piscinões leva o nome do córrego, Oratório, e fica na divisa entre Santo André e São Paulo. O outro reservatório voltado ao córrego, o AO-1, fica no Jardim Sônia Maria, em Mauá."
Essas situações são de médio e longo prazo, mas não podemos deixar de fazer a obrigação diária que deve ser praticada pelos moradores de qualquer cidade e pelo poder público municipal, que pode também ajudar a minimizar os problemas que são obrigações que devem ser efetuadas nos 365 dias de cada ano e em alguns deles 366 dias como o ano atual e entre essas obrigações estão:
* não jogar lixo, entulho, podas de árvores, móveis velhos e inservíveis de uma forma geral em terrenos baldios, calçadas, praças e vias públicas;
* acondicionar os lixos em recipientes próprios e bem fechados observando a possibilidade de ocorrência de chuvas fortes quando for colocar ao longo das vias públicas e, se possível em suportes metálicos elevados;
* fazer a limpeza das calçadas de forma sistemática varrendo e não jogando detritos nas bocas-d-e lobo, grelhas e galerias que podem ser melhor elaboradas como acontece em Belo Horizionte-MG;
* ao poder público compete executar a fiscalização, coleta e destino final do lixo e detritos, mas principalmente, pela orientação sistemática aos moradores e usuários dos bens particulares e públicos, acentuando sobremaneira esses serviços na época de chuvas fortes, perfeitamente, previsíveis nos dias atuais;
* proceder a limpeza constante de todo sistema de galerias, canalizações e desassoreamento de córregos e reservatórios de retenção de excesso de águas pluviais (piscinões) em perfeita consonância com o Governo do Estado através de suas Secretarias, autarquias e Empresas Públicas;
Essa situação e outras poderiam evitar, ou pelo menos como enfatizado neste artigo minimizar os efeitos após as chuvas quando lixos ensacados impedem a saída das águas de chuvas (enchentes) por meio do sistema de drenagem pois isso entope todo o sistema desenvolvido, como o acontecido no Bairro de Utinga hoje a tarde (foto abaixo).
Essas são algumas considerações que preferimos fazer ao invés de atacar administrações, tanto a atual como as passadas.
Atenciosamente.
Edgard Brandão Jr
Engenheiro Civil Emérito do ABC - 2008
Entidades Tecnológicas de Engenharia e Arquitetura do ABC
Gratíssimo pelas valiosas informações, caro Engº Edgard Brandão Jr. Sempre que o tema ENCHENTES ou Córregos do Grande ABCD vem à baila, recorro ao seus escritos e procuro Compartilhar.
ResponderExcluirParabéns, Edgard! Excelente trabalho!
ResponderExcluirQue informações interessantes Eng. Edgard Brandão Jr. nos conhecemos na reunião com o Flávio do Sistema de Alerta. Recomendarei aos meus alunos com certeza, pois pesquisamos os rios e córregos das sub-bacias do Tamanduateí para monitoramento hidrometeorológico.
ResponderExcluirQue informações interessantes Eng. Edgard Brandão Jr. nos conhecemos na reunião com o Flávio do Sistema de Alerta. Recomendarei aos meus alunos com certeza, pois pesquisamos os rios e córregos das sub-bacias do Tamanduateí para monitoramento hidrometeorológico.
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